Momentos em Família

Tuesday, November 21, 2006

Nossas duas filhas lindas


Demos algumas risadas hoje ao imaginar que a partir de agora iremos nos referir à Bruna como “nossa filha mais velha”. Por mais natural que seja, perceber estas mudanças sempre nos causa surpresa, algo como apresentar sua namorada como esposa, logo após o casamento. Nossa segunda filha havia chegado. Posso garantir que a nossa vida realmente muda quando temos um filho. Hoje vivemos completamente em função da Bruna, quase não saímos de casa sem ela e quando o fazemos sentimos que parte de nós está faltando, e voltamos logo pra casa. Pergunto-me então se seria possível amar alguém tanto quanto amamos a Bruna. Com tal intensidade e vontade de estar perto. Tive certeza que sim nos primeiros segundos após o nascimento da Luísa, ao encostar meu rosto no seu, de pele surpreendentemente macia, pronunciar algumas palavras e levá-la ao encontro da mãe. Quer prova maior de que o amor realmente se multiplica e de que não só em coração de mãe, mas também de pai, sempre cabe mais um?

Nascimento Luísa (17/11/06)


“Cada parto é um parto”. Esta frase é dita por vários médicos, encontrada inclusive em livros, porém não assimilada por nós, pais pouco experientes no assunto. Acredito que muitos, assim como eu, imaginaram o nascimento do segundo filho como sendo uma repetição do primeiro, não somente nos fatos, mas também nos horários. Achei um absurdo estar no quarto à meia-noite enquanto a Jô, em outra sala, aguardava a chegada da médica desde às dezenove horas (por algumas horas imaginei que nossas duas filhas nasceriam no dia 16). Quando a médica chegou, pouco depois das onze, disse que estava acostumada a fazer partos de madrugada, que iria estourar a bolsa e iniciar os preparativos. Logo vi que a noite seria longa...
Perto da uma da manhã fui chamado para ficar alguns minutos com o Jô, ela tinha contrações freqüentes e a dor era intensa. Deixei-a na entrada do Centro Cirúrgico e, acompanhada por uma enfermeira, seguiu para a sala de parto, onde seria anestesiada, pois já devia estar com aproximadamente 6 centímetros de dilatação. A angústia nesta hora foi grande. Voltei para o quarto novamente, à espera de ser finalmente chamado para o parto. Foi difícil deixar a Jô naquele momento e os segundos demoravam a passar...
Às duas fui chamado. Rapidamente me preparei, coloquei máscara, gorro, troquei de roupa e esperei por mais uns vinte minutos. Ao entrar na sala encontrei a Jô já anestesiada, a obstetra e a pediatra a postos, além do médico de plantão e da enfermeira. Parecia que só estavam esperando que eu chegasse (tive a impressão de ter sido chamado no último minuto, e acho que fui mesmo), era pouco mais de duas e meia da manhã. Menos de cinco minutos depois a Luísa nasceu, já na segunda tentativa. Do pouco que participei tive a impressão de ter sido mais simples que o nascimento da Bruna, a Jô parecia ter feito menos força e necessitado de menos ajuda externa para expulsar o bebê. Mais tarde descobri que não foi bem assim, a aplicação da anestesia foi demorada, a Jô sentia muitas dores, dificultando o trabalho do anestesista. Ao término da aplicação a obstetra percebeu que a Jô já estava com dilatação máxima, o que, segundo o anestesista, já era de se suspeitar, dada a dificuldade que teve em realizar seu trabalho (mais tarde ele foi até o quarto para ver como a mãe estava, sinal de que foi algo fora do comum também para ele). Ao analisar o líquido amniótico, a médica constatou que a Jô já estava de 40 semanas, e não 38 como mostrava na tabela, tempo quase limite para o nascimento, a partir do qual há risco tanto para o bebê quanto para a mãe.
A Luísa chorou já no primeiro segundo. A emoção em vê-la foi exatamente a mesma da primeira vez, como se nunca tivesse passado pela experiência. Dei um beijo na Jô e segui com a pediatra para o quarto ao lado, onde seriam realizados os procedimentos iniciais com o bebê. Em sua cabeça havia um pequeno inchaço, garantido por ela se tratar de algo normal, devido a sua posição no momento do parto, e que logo desapareceria. Ao término peguei a Luísa no colo e caminhei de volta para a sala ao lado. No caminho trouxe o rosto dela próximo ao meu e pronunciei algumas palavras. Para minha surpresa, e indescritível emoção, naquele momento ela parou de chorar. Levei-a até a mãe e ficamos alguns instantes juntos, com as cabeças encostadas, momento que me marcou profundamente. Fui então até o berçário com a pediatra levar o bebê, enquanto a Jô ficaria mais um tempo em observação. Antes de deixá-la fomos até uma janela onde pudemos mostrar a neta à avó, que andava de um lado para o outro apreensiva, em busca de alguma informação.
Pouco depois das três voltamos para o quarto, a Jô chegaria uma hora mais tarde, seguida da Luísa, que nos foi deixada por volta das cinco. Enfim estávamos juntos, sem ninguém esperando pelo bebê ou pedindo que eu saísse, pois a mãe deveria ficar em observação.
Alguns momentos de nossas vidas jamais são esquecidos, lembramos por anos a fio de imagens, palavras ditas e, inclusive, das reações que tivemos. Li certa vez que isso acontece porque a qualidade do registro em nossa mente está diretamente ligada à emoção que sentimos naquele momento. E este registro será intensificado quanto mais vezes nos lembrarmos do ocorrido.
Tenho certeza de que jamais esquecerei este dia, a imagem da Luísa em seus primeiros segundos de vida, e tudo mais que vivi neste 17 de novembro, estarão para sempre presentes em minha memória. São momentos como estes que nos mostram como a vida é maravilhosa e que Deus não se esqueceu de nós.

Saturday, November 04, 2006

Saudades da Barriga

Estamos há pouco mais de uma semana do nascimento da Luísa (assim esperamos, pois, segundo a médica, ela deve chegar até o dia quinze). A expectativa é enorme, principalmente devido à grande curiosidade em vermos sua carinha!
Nos últimos vinte dias ela saiu de pouco menos de dois quilos para quase três, ficando ligeiramente acima da média esperada, sendo que estava abaixo até a penúltima ecografia. É, parece que a mocinha está querendo mesmo chegar mais cedo...
Quanto à mãe o cansaço é intenso, trabalhou até a última quarta-feira atendendo vários pacientes por dia, exatamente como fazia antes da gravidez. Nos últimos dias até piorou, pois todos queriam terminar o tratamento antes de sua saída. Dores nas costas e pés inchados foram (e ainda são) constantes, sem contar que a onda de calor recente tem sido de esgotar as energias de qualquer um.
Quanto a mim admito que já estou com saudades da barriga (afinal, não sou eu quem a carrego, sendo fácil perceber apenas seu lado bom). Poder beijá-la, abraçá-la, sentir os movimentos do bebê, saber que ela sente e reconhece sua presença...Enfim, em poucos dias restará da barriga apenas a lembrança, e a saudade será ainda maior dados os magníficos registros feitos pelo Darta em imagem digital.
Bem, hoje parece ser um bom dia para arrumarmos as malas, a caminho da maternidade.